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Coiab convoca imprensa para denunciar pressões contra demarcação do território Mura em Aut

Coletiva de imprensa da Coiab revelará os obstáculos enfrentados pelos indígenas na demarcação do território Mura.
Coiab convoca imprensa para denunciar pressões contra demarcação do território Mura em Aut
Portal do Holanda

A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) convoca a imprensa para uma importante coletiva sobre a demarcação do território do povo Mura em Autazes (AM). O evento, que ocorrerá nesta quinta-feira, 22, em Manaus, às 15h, abordará a resistência enfrentada pelos indígenas em meio a pressões econômicas e políticas que visam favorecer a exploração de potássio na região.

Estarão presentes o coordenador-geral da Coiab, Toya Manchineri, membros do departamento jurídico da organização e representantes do movimento indígena. O foco central da coletiva será a preocupante declaração do governador do Amazonas, Wilson Lima, que se posicionou "totalmente contra" a demarcação dos territórios indígenas do povo Mura em Autazes. Tal posição ignora a ocupação ancestral de mais de 200 anos pelos Muras, além da luta de duas décadas pela demarcação e dos direitos constitucionais dos povos indígenas.

Sem a demarcação, as lideranças das comunidades Soares e Uricurituba enfrentam há quase 15 anos o assédio da empresa Potássio do Brasil, que invade o território indígena e instala placas de propriedade, pressionando os indígenas a venderem suas terras.

A demarcação é um direito assegurado aos indígenas pela Constituição de 1988, reconhecendo o caráter originário e tradicional de suas terras. As comunidades Soares e Uricurituba reivindicam o território desde 2003. Há duas décadas, o povo Mura aguarda o início do processo demarcatório pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Em 2018, os próprios indígenas deram início à autodemarcação, que resultou na delimitação da Terra Indígena Soares/Urucurituba.

Em 2008, a empresa de exploração mineral Potássio do Brasil, pertencente ao banco canadense Forbes & Manhattan, tentou iniciar a exploração de potássio na região, mesmo sem a demarcação concluída. Estudos mostram que a mina de silvinita encontra-se dentro do território de Soares, impactando diretamente essa comunidade, além de o porto de escoamento do potássio estar localizado próximo a Urucurituba.

A Potássio do Brasil afirma ter realizado consulta prévia aos povos indígenas da região, mas os documentos apresentados pela empresa consideram apenas as comunidades de Jauary e Paracuhuba, excluindo a Terra Indígena Soares/Urucurituba.

Vale ressaltar que a Justiça Federal já determinou à Funai que inicie o processo de demarcação do território. A ocupação ancestral do território pelos Muras, com mais de 200 anos, foi confirmada por documentos e estudos citados pela juíza Jaiza Fraxe em sua decisão. No entanto, a Funai recorreu e justificou a omissão com a defesa do marco temporal, uma tese jurídica em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF).

Defendida pela bancada ruralista, a tese argumenta que indígenas que não estavam em posse de suas terras em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, perderiam seus direitos sobre essas terras, ignorando os processos históricos de invasão e violências sofridas pelos indígenas ao longo de séculos de violações de direitos.

Em uma decisão emitida em 11 de maio deste ano, a Justiça Federal determinou a anulação de todos os contratos de compra de propriedades assinados entre a Potássio do Brasil e os indígenas, que alegaram terem sido pressionados a vender suas terras. A Justiça também ordenou que a empresa retirasse as placas de identificação do empreendimento, instaladas nos territórios tradicionais, além de exigir a apresentação do Estudo de Componente Indígena (ECI).

Fonte(s): Texto de Wesley Neves com informações de APIB Comunicação

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